segunda-feira, 3 de maio de 2021

Você já se sentiu tão triste por alguém que não pudesse descrever? Tão triste que precisasse se ausentar dos afazeres para sair e chorar? Essa fase do Corona vírus tem levado tantas pessoas de nós, tantos “de nós”, que mal posso calcular a dor da perda nas famílias. Lembro do dia em que soube da doença e que tampouco entendia o que causava. Com o tempo, chegou a todos os países, estados e municípios. Entrou nas casas vizinhas, em um parente, alcançou um amigo. Visitou hospitais, escolas, espaços públicos, abraços ficaram distantes, pessoas se isolaram em casa e assim conheci seus sintomas. Soube do teste, um amigo que fez, o parente de alguém ficou com sequelas, um boato sobre a vacina e um irmão tossiu ao telefone.

Deus, que medo é esse que nos alcançou? De nos contaminar e infectar quem amamos? Deus, que medo é esse da perda? De enfrentarmos o vazio sem a voz da pessoa do outro lado? A pessoa nem adoeceu, mas já estamos com medo que adoeça. Estamos prevendo? Não, mas já existe precaução: máscara e álcool para que não passe do portão. Que estranha sensação, óh Deus, de perder um amigo, um parente, um irmão. 

Acompanho notícias de Paulo Gustavo desde o seu internamento e como se fosse família, ler as palavras “extrema gravidade” aplicadas em uma mesma frase na matéria do G1 me acertou a boca do estômago. Seu estado de saúde é tão grave... tão “extremamente grave”, meu Deus. 

Thales, aguente firme meu amigo. Déa e família, peço à Deus por vocês, e Paulo, que o Senhor te dê a cura, meu amor. O país te espera e assim como todos que estão nos hospitais agora, só pedimos pelas vossas vidas. Você pode ser 1 em milhões, mas cada vida faz toda diferença. Deus tenha misericórdia de nós e traga cura a quem precisa. 

Amém.

 

quarta-feira, 5 de julho de 2017

2017.

E quanta coisa se passou, não é mesmo?! 5 de julho. A gente deita, dorme, e ao acordar tudo mudou. Que bom que pra melhor, e que bom que nem sempre dor. Até os contras vem "para-bem". Todos aqueles males, ruins, chorados, foram embora e nasceram flores. Hoje, sou outra com bom ânimo. Se soubesse que depois de toda a dor haveria alegria, não mais choraria. Se soubesse que o novo sempre vem, não sofreria. Nem por nada, e nem ninguém. Senti um dia que nem mesmo eu me reconhecia. Já não fazia o que agradava e nem mesmo sorria. Hoje, 2017, o sentimento é alegria. Faço e vivo como há anos não vivia. Sinto no peito o que há tanto não sentia. Que bom, é amor. Próprio. Pela vida. Pelos sonhos, por ele. 

segunda-feira, 25 de março de 2013

E lá estava ele. Assim, meio vago, mudo e de copo em copo buscando o esquecimento.
Eu só via inquietude, mas queria me sentar ao seu lado para conversar. 
Não sei se eu era a única, mas parei para me perguntar:

Será que espera alguém? Será que existe alguém?

Será que se sente sozinho ou apenas gosta de estar só?
Não era pra bisbilhotar. Nem só curiosidade. 
É que ninguém parecia se importar e eu só queria conversar.
Sozinho ele permaneceu, por minutos, de minutos e por horas que pareciam sem fim.

Em bom tom, quis ajudar, mas só tive espaço para me calar. 

Estava tão muda quanto o vago moço da outra mesa.
Ah sim, claro. "Ele".
Nem dei um nome para "ele". É que gente estranha não tem nome. 
Tem mas não importa ou apenas não sabemos.
Mas sabe-se lá com que intenções ele ali estava.

Zerada de intimidade, mal podia dizer Oi. 

Comecei a anotar.
Era noite de sábado, esqueci de contar. 
Peguei o celular e escrevi em rascunho palavras aleatórias para salvar.

"Impaciente. Relógio preto. Olhar vazio. Triste. Camiseta azul. Não sei. Corrente dourada no pescoço. Shorts jeans. Celular de última geração. Vibra 1 vez. Crianças ao redor. Apenas famílias. Estava sem referências. Eu a observar. Um guardanapo amassado. Dust in the wind - Kansas. Sozinho. Tempo perdido - Legião". '


O acústico era bom. Muito bom por sinal. Acho que qualquer lugar com um som razoavelmente alto se torna agradável para mim. Pode render conversas. Mas eu fiquei ali, muda.

Sequer falei um oi para começar uma história. 
Eu jamais poderei saber se seria boa ou ruim. 
Mas na verdade, não existe história ruim. 
Existe história mal contada, enfim.
O ambiente estava ótimo. 

Até aí tudo bem. Mas depois de um tempo tudo foi ficando meio monótono.

Aquele vazio já não era só no copo. Habitou meu coração.
Por alguns minutos fiquei ali. Visivelmente aflita comigo mesma. 
Cheia de questionamentos. Dúvidas tão minhas mas impossíveis de compartilhar.
Lembrei do meu pai. Que bom. 
É que devido ao seu trabalho, somos obrigados a conviver com a saudade.
Km de distância. 
Sua ausência por meses. E a vida segue adiante.

Lembrei do quanto ele é sozinho. Vive só, mora só, fica só.

Quantas coisas não poderíamos fazer?
E quanto tempo ainda temos para fazê-las?
Eu não sei. Mas valorizo isso. 
Em uma petiscaria, entre copos e copos, mesas e pessoas vazias ou cheias
existia alguém que me fez ir além de mim. 
E o além de mim é meu pai, que me traz boas lembranças de quem eu sou,
como sou e quem pretendo ser quando fechar os olhos.





quarta-feira, 16 de maio de 2012


Ciúmes.
Sentimento engraçado, manchado de medo.
É medo de perder. De ver, de ouvir.
Medo de deixar de sentir que é "igual".
Medo de viver para ter de esquecer alguém que um dia foi só teu.
Que medo é esse que vem e traz frio?
Coração bate na goela, acelerado
Perco a noção do tempo, e de nada quero saber
Não é posse. Obsessão.
É só angústia. Tensão.
Não quer para si, não quer aprisionar.
Mas quer guardar no peito por medo de alguém roubar.
Sentimento tolo, ciúme banal
Despertou borboletas em meu estômago
Não sei lidar, tremo os dentes
Preciso dormir; tenho tentado. O amanhecer logo vem.
Sensação estranha
Penso, logo desisto.
Me canso, boa noite. 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Perdida.
Mais perdida, só se estiver só.
Mas estando só, me acompanho. 
Só eu sei me fazer sorrir.

Felicidade. Algo que não se pode esperar.
Esperar para viver, esperar para sorrir, esperar para acontecer
Corro fazer e levo o meu melhor
O melhor de mim, por mim e para nós.

Essa liberdade de ir e vir, entrar em você e então sair
Sem medo e sem mácula, tão livre de mim, me deixa ser o que eu sou.
Sou voz, sou nua, sou crua. Pouco sal, muito açúcar, sem meias verdades.
Então sou sua, pois sei me doar. Não dá para ser metade com você.
Tão perto, tão certo, tão descoberto se mostrando para mim.
Não dá para te deixar. Só então percebo que está bom assim.

domingo, 20 de novembro de 2011

Eu penso descobrir o que é amor a cada amanhecer
Com cada beijo, cada abraço e cada cheiro.
Eu me deito a cada dia e parece ser ainda mais certo
Quero estar por perto e aceito te ter assim
Aceito a condição, as falhas e o manual de instruções
Aceito sua história, as verdades, e te dou meu coração
A cada instante é mais intenso
00:02 e essa é minha ocupação

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Quando vale a pena, você não precisa pensar duas vezes.
O pensamento te cala, então respira fundo e deixa se envolver.
Quando é pra dar certo, a vontade faz ficar
A razão deseja ir, mas é bom ver no que vai dar.
Pode dar abraço, pode ser nós dois.
Pode ser um laço, um nó, ou pra depois.
Pode ser encanto, pode ser amasso
Pode ser você seguindo meus passos.


Você já se sentiu tão triste por alguém que não pudesse descrever? Tão triste que precisasse se ausentar dos afazeres para sair e chorar? Es...