Você já se sentiu tão triste por alguém que não pudesse descrever? Tão triste que precisasse se ausentar dos afazeres para sair e chorar? Essa fase do Corona vírus tem levado tantas pessoas de nós, tantos “de nós”, que mal posso calcular a dor da perda nas famílias. Lembro do dia em que soube da doença e que tampouco entendia o que causava. Com o tempo, chegou a todos os países, estados e municípios. Entrou nas casas vizinhas, em um parente, alcançou um amigo. Visitou hospitais, escolas, espaços públicos, abraços ficaram distantes, pessoas se isolaram em casa e assim conheci seus sintomas. Soube do teste, um amigo que fez, o parente de alguém ficou com sequelas, um boato sobre a vacina e um irmão tossiu ao telefone.
Deus, que medo é esse que nos alcançou? De nos contaminar e infectar quem amamos? Deus, que medo é esse da perda? De enfrentarmos o vazio sem a voz da pessoa do outro lado? A pessoa nem adoeceu, mas já estamos com medo que adoeça. Estamos prevendo? Não, mas já existe precaução: máscara e álcool para que não passe do portão. Que estranha sensação, óh Deus, de perder um amigo, um parente, um irmão.
Acompanho notícias de Paulo Gustavo desde o seu internamento e como se fosse família, ler as palavras “extrema gravidade” aplicadas em uma mesma frase na matéria do G1 me acertou a boca do estômago. Seu estado de saúde é tão grave... tão “extremamente grave”, meu Deus.
Thales, aguente firme meu amigo. Déa e família, peço à Deus por vocês, e Paulo, que o Senhor te dê a cura, meu amor. O país te espera e assim como todos que estão nos hospitais agora, só pedimos pelas vossas vidas. Você pode ser 1 em milhões, mas cada vida faz toda diferença. Deus tenha misericórdia de nós e traga cura a quem precisa.
Amém.